O sacerdócio católico vive um
processo de metamorfose não só no Brasil, mas, no mundo todo. Cada vez mais os
sacerdotes são levados a agir como leigos, deixando de lado as práticas de
ascese e oração que são a base para bem viver o celibato. A alegação é de que
celibato não é mais possível nos tempos atuais e que se trata de algo
impossível de se vivenciar.
É um engano demoníaco e mais
uma manobra para a protestantização da Igreja Católica, pois, o novo modelo de
sacerdote proposto nada mais é que uma cópia do pastor protestante. Este sim um
funcionário do povo, cuja vida não se distingue em nada da vida dos seus fiéis.
O que se vê, então, é a velha heresia protestante sendo colocada em prática
novamente.
O Catecismo da Igreja Católica
é bem claro ao diferenciar o sacerdócio ministerial do sacerdócio comum dos
fiéis:
“O sacerdócio ministerial
difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis porque confere um poder
sagrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço
com o povo de Deus por meio do ensinamento (munus docendi: “encargo de
ensinar”), do culto divino (munus liturgicum: encargo litúrgico”) e do governo
pastoral (munus regendi: encargo de governar”).” (CIC 1593)
Ora, percebe-se claramente que
o sacerdote é um homem escolhido, em tudo diferente do homem comum. O pastor
difere-se de suas ovelhas. Sendo assim, ele precisa ter também uma conduta
diferenciada. Acerca do celibato, diz o Catecismo que “na Igreja latina, o
sacramento da Ordem para o presbiterado normalmente é conferido apenas a
candidatos que estão prontos a abraçar livremente o celibato e manifestam
publicamente sua vontade de guardá-lo por amor do reino de Deus e do serviço
aos homens.” (CIC 1599)
Assim, o celibato é uma aliança
de amor entre o Deus e os homens por Ele escolhidos. A Igreja, em sua
sapiência, fornece os meios para que os homens possam viver de forma adequada
esse dom. O Código de Direito Canônico, diz que:
“Cân. 276 — § 1. Os clérigos
estão obrigados, por motivo peculiar, a tender à santidade na sua vida, uma vez
que, consagrados a Deus por novo título na recepção da ordem, são os
dispensadores dos mistérios de Deus para o serviço do Seu povo.
§ 2. Para poderem adquirir esta
perfeição:
1.° antes de mais, desempenhem
fiel e esforçadamente os deveres do ministério pastoral;
2.° alimentem a sua vida
espiritual na dupla mesa da Sagrada Escritura e da Eucaristia; pelo que, os
sacerdotes são instantemente convidados a oferecer diariamente o Sacrifício
eucarístico, e os diáconos a participar também quotidianamente nessa oblação;
3.° os sacerdotes e os diáconos
que aspiram ao sacerdócio têm a obrigação de rezar diariamente a liturgia das
horas segundo os livros litúrgicos próprios e aprovados; os diáconos
permanentes rezam-na na parte determinada pela Conferência episcopal;
4.° igualmente têm a obrigação
de participar nos exercícios espirituais, segundo as prescrições do direito
particular;
5.° recomenda-se-lhes que façam
regularmente oração mental, se aproximem frequentemente do sacramento da
penitência, honrem com particular veneração a Virgem Mãe de Deus e empreguem
outros meios de santificação comuns e particulares.”
Infelizmente, as práticas acima
são consideradas ultrapassadas e inadequadas para o novo modelo de sacerdote
que está sendo proposto. Deixar de lado estas práticas de oração e ascese e,
consequentemente, o celibato, é mais uma armadilha satânica para destruir o que
temos de mais sagrado. Recordemos, pois o que diz o Cânon 277, § 1:
“Os clérigos têm obrigação de
guardar continência perfeita e perpétua pelo Reino dos céus, e portanto estão
obrigados ao celibato, que é um dom peculiar de Deus, graças ao qual os
ministros sagrados com o coração indiviso mais facilmente podem aderir a Cristo
e mais livremente conseguir dedicar-se ao serviço de Deus e dos homens.”
Que os servos de Deus
espelhem-se nos grandes santos sacerdotes da Igreja e possam imitá-los em sua
plenitude, por fim, encontrando também o céu com seu rebanho.
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