Salve Maria Puríssima!
Neste texto São Cura d’Ars fala sobre o uso
das correntes.
A devoção da Santa Escravidão à Virgem
Santíssima outra coisa não é que uma obrigação de amor e um santo contrato com
a Mãe de Jesus, pelo qual alguém se consagra a seu serviço, proclamando-a
Senhora de seu coração, cedendo-lhe o direito que tem sobre suas próprias boas,
dedicando-se inteiramente a Ela, e fazendo-lhe uma Consagração total de si
mesmo.
Esta Mãe de misericórdia por sua parte
obriga-se a ser para os seus escravos tudo o que uma senhora boa é para seus
servos, alcançando-lhes todas as graças necessárias para, um dia poderem ir-lhe
fazer companhia no céu.
E, como outrora os escravos traziam
sobre si um sinal por que se conheciam os seus donos, os escravos de Maria
Santíssima mandam benzer uma pequena corrente de prata, ou de qualquer outro
metal, para trazê-la a vida inteira, como um sinal exterior da sua dependência
a Maria.
“Escutai – diz o
Espírito Santo no Eclesiástico, onde tudo o que é dito sobre a
sabedoria é aplicado a Maria pelos Santos Padres – escutai, meu filho, o sábio
conselho que quero dar-vos; não deixeis de estimá-lo: ‘metei os seus ferros aos
pés, seu colar ao pescoço, e não vos recuseis a carregar as suas correntes”[1].
Além disso, do mesmo modo que os escravos
devem a seus senhores um tributo, “assim os escravos de Maria lhe devem um
duplo: o primeiro é pago quando entram na confraria tomando as correntes”. Este
tributo será a devoção de cada um: recitar o ofício, o rosário, dar esmola, ou fazer
uma penitência, oferecer a Nossa Senhora uma vela no seu altar, ou mandar
celebrar uma Santa Missa, etc.
O segundo tributo consiste em qualquer
oraçãozinha conforme a devoção de cada um; por exemplo: a coroa[2] de Maria Santíssima em honra
dos seus doze privilégios, a qual consta de três Pai-Nossos e doze Ave-Marias: o
que se chama o terço da Santa Escravidão.
Esta oração é muito agradável a Maria
Santíssima e autorizada por muitos milagres e indulgenciada pelos soberanos
Pontífices.
Além disso, é tão curta e fácil, que se pode
recitar em poucos minutos e em qualquer tempo e lugar.
Convém notar que tudo isso não obriga sob
pena de pecado; como diz São Francisco de Sales: os estatutos e as práticas das
confrarias são de conselho e não de preceito.
Fonte:
“O segredo da Verdadeira Devoção para com a Santíssima Virgem” – Pe. Júlio
Maria de Lombaerde, S.D.N.
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