quinta-feira, 28 de julho de 2011

O CORPO DA VIRGEM SANTÍSSIMA PASSÍVEL



        O CORPO DA VIRGEM SANTÍSSIMA PASSÍVEL

    O Corpo da Virgem Maria era formosíssimo.
    Tinha a beleza que dá a integridade, e proporção de todos os seus membros; tinha a beleza da cor natural e a beleza que transparece da beleza da alma.
    Tinha beleza dum corpo tão puro que nem sequer tinha as raízes do pecado, a concupiscência.
    Para que esse fosse completamente belo, faltava-lhe contudo outra fonte de beleza, o sofrimento.
    Os vestígios dum sofrimento heroico dão ao rosto uma beleza sobre-humana.
Mais belas que as cores artificiais, mais belas que os sorrisos alegres, são as lágrimas, quando saem de um coração inocente e amoroso; e quando rolam por um rosto cinzelado pelo sofrimento.
                Por isso o que não consegue uma mulher ataviada e sorridente consegue-o uma mulher chorando.
                Que brilho e que beleza dão ao rosto as lágrimas inocentes e amorosas!
                Esta fonte de formosura não podia faltar no corpo da Santíssima Virgem.
                O Corpo da Virgem Santíssima foi passível.
                O Corpo da Virgem Santíssima sofreu como nós.
                Deus concedeu a Virgem Santíssima todos os privilégios que exigia a sua dignidade de Mãe de Deus e livrou-a de tudo o que estava em oposição com essa dignidade.
                A essa dignidade altíssima opunha-se o pecado; e livrou-a do pecado original, do pecado atual e fê-la impecável.
                A essa dignidade opunha-se tudo o que fosse inclinação ao pecado e extinguiu nela a concupiscência; mas a dor não só não se opunha à dignidade de Maria, mas era conveniente para a missão que devia desempenhar no mundo.
                O Filho de Deus vinha expiar os pecados dos homens com o sofrimento.
                Vinha pagar com a sua dor o que os homens gozam quando pecam.
                Por isso devia possuir um corpo apto ao sacrifício:  “corpus autem aptasti mihi”, dizia o filho de Deus a seu Eterno Pai.
                Era necessário uma vítima e deste-me um corpo necessário para o ser.
                E quem havia de dar esse corpo passível ao Filho de Deus?
                Havia de lhe dar sua Mãe. Logo,  o corpo da Virgem Maria devia ser passível como o de seu Filho.
                Mais ainda, Jesus Cristo associava a Virgem Santíssima a sua obra expiatória.
                Jesus seria o Redentor. Maria a Corredentora.
                Logo, com a dor devia colaborar sua Mãe na Redenção; e para isso devia ter um corpo passível.
                A dor seria também para a Virgem Santíssima uma fonte de merecimentos.
                Deus inundaria sua alma de graça santificante; mas aquela graça podia crescer, e nada melhor que a dor para melhorar o tesouro da graça.
               
Retratos de Nossa Senhora
CAPÍTULO:  O CORPO DA
VIRGEM SANTÍSSIMA
PASSÍVEL
Autor: Juan Rey, SJ – 1957

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