sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vida de Santa Luzia



             Santa Luzia nasceu por volta do ano 280 d.C. em Siracusa, esplêndida cidade da Sicilia na Itália. O pai de Santa Luzia, que talvez se chamasse Lúcio, morreu quando ela era muito pequena, assim foi criada pela mãe Eutíquia da qual conheceu a verdade do cristianismo e a mensagem de amor de Jesus. Foi através da mãe Eutíquia que Santa Luzia conheceu as histórias dos primeiros cristãos, o martírio deles pelo amor de Jesus e, assim crescendo, Santa Luzia decidiu se consagrar, unindo-se a Jesus como uma esposa, com voto perpétuo de virgem.

Peregrinação e Milagre

             Santa Luzia, preocupada com uma doença que vitimava sua mãe e staluzia19 se agravava dia a dia, uma hemorragia considerada incurável, sugeriu uma peregrinação ao sepulcro da mártir Santa Ágata em Catania. Santa Ágata fora vítima das perseguições a todos os cristãos ordenadas pelo imperador Décio no ano 251. Muitas pessoas iam ao seu sepulcro para obter as graças porque a fama da gloriosa Santa se espalhava por todos os lugares devido aos milagres que ela fazia. No coração de St. Luzia era certo que um milagre também aconteceria com sua querida mãe.
             Eutiquia aceitou, cheia de esperança, o pedido de Santa Luzia e assim decidiram partir em peregrinação a fim de alcançar Catania, onde chegaram no dia da festa de Santa Ágata. Era o dia 5 de fevereiro de 301. Durante a celebração escutaram o Evangelho de Mateus sobre a mulher que sofria de hemorragia e foi curada por ter tocado o manto de Jesus.
             Luzia, iluminada, propôs à sua mãe tocar o sepulcro de Santa Ágata, convencida da potente intercessão da Santa.
             Enquanto Eutiquia tocava o sepulcro, Santa Ágata apareceu a Luzia em visão e lhe disse “Luzia, minha irmã, porque pedes a mim aquilo que tu mesma podes obter para tua mãe? Eis. Tua mãe já foi curada pela tua fé. E, como por meio de mim a cidade de Catania foi beatificada, assim também por meio de tu será salva a cidade de Siracusa”.
             Santa Luzia disse a sua mãe: “Pela intercessão de Santa Ágata, Jesus te curou” e imediatamente Eutiquia sentiu retornar as forças e compreendeu que tinha sido curada.
             Santa Luzia compreendeu que aquele era o momento justo para revelar a sua mãe a intenção de consagrar-se a Jesus e de doar seu rico dote nupcial aos pobres. Eutiquia, que tinha o coração repleto de agradecimento pela graça recebida, aceitou.

Denúncia e Prisão

             O jovem que nutria a esperança de casar com Santa Luzia, tendo a notícia da obstinada recusa e do gesto em favor dos pobres, transformou o amor em ódio e denunciou-a perante o Governador Pascásio, de dois crimes: de não ter cumprido a palavra e de ser cristã. O imperador Diocleciano tinha emitido uma publicação que previa uma feroz repressão contra os cristãos.
             A jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição.
Luzia respondeu: “Quem vive casta e santamente é templo do Espírito Santo. Sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá. Podes, a força, pôr incenso nas minhas mãos para que o ofereça aos ídolos? De nada vale, porque Deus, que conhece os corações, não me julgará pelo o que fiz coagida. Mesmo que não possa resistir a força, minha virtude receberá dupla coroa.”
             Conta a tradição que, embora Santa Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo.
             Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida.

O Martírio

             Pascasio furioso, a condenou à decapitação, morte reservada aos condenados nobres. Santa Luzia antes da execução previu a morte de Diocleciano, que aconteceu poucos anos depois, além do final das perseguições aos cristãos, terminadas no ano 313 d.C com publicação de Costantino.
             Ao aproximar-se a hora por ela tão desejada, hora em que podia entregar sua bela alma ao Esposo celeste, ajoelhada em atitude de oração proferiu estas memoráveis palavras: " SENHOR, EIS QUE SUPLICO PAZ PARA A IGREJA DE CRISTO. DIOCLESIANO E MAXIMILIANO DECAIRÃO DO IMPÉRIO E COMO A CIDADE DE CATÂNIA VENERA A SANTA ÁGUEDA, TAMBÉM SEREI VENERADA POR GRAÇA DO SENHOR JESUS CRISTO, OBSERVANDO DE CORAÇÃO OS PRECEITOS DO SENHOR."
             Ao cair martirizada seu corpo permaneceu em atitude de oração e o rosto voltado para o céu. Sua alma, partida do corpo virginal subia ao céu acompanhada de um cortejo de anjos para ocupar o trono que lhe estava preparado e receber a dúplice coroa tanto almejada da virgindade e do martírio. Santa Luzia foi morta no dia 13 de Dezembro de 304. Os cristãos de Siracusa logo após a morte de Santa Luzia elegeram sua padroeira e já no ano 310, seis anos após sua morte, no mesmo local onde se dera o martírio construíram um templo em sua honra. O corpo da virgem e mártir recolhido com reverência e piedade fora colocado num lugar sagrado, nas catacumbas onde dormiam os filhos da Cruz e os mártires do Senhor até que em 1040 o general grego Jorge Mariace apoderando-se da cidade de Siracusa requisitou o corpo da santa e o fez transportar para Constantinopla afim de doá-lo à imperatriz Teodora. Finalmente os cruzados venezianos após a conquista de 1204 levaram-no para Veneza onde ainda hoje se venera na igreja de São Jeremias sob o altar lateral e conservado numa preciosa urna de mármore.
             Santa Luzia salvou muitas vezes Siracusa nos seus momentos mais dramáticos como carestias, terremotos e guerras. Ela interveio também em outras cidades como Brescia que, graças à sua intercessão, foi liberada de uma grave carestia.

Devoção

             A devoção a S. Luzia se difundiu logo depois da sua morte e se transmitiu até os nossos tempos. O testemunho mais antigo é uma epígrafe marmorea em grego do século IV descoberta no ano 1894 nas catacumbas de Siracusa.
             O Papa Gregório Magno inseriu Santa Luzia no cânone da missa romana. Algumas citações se encontram na Suma Teológica de São Tomás de Aquino. Entre os seus devotos encontramos Santa Catarina de Siena e São Leão Magno.
             Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.
             A crença popular narra, que à Santa foram tirados os olhos da orbita, por isso algumas iconografias figuram a Santa com uma bandeja na mão onde os olhos se encontram em cima. Santa Luzia é a protetora da vista. No Norte da Itália, na Checoslováquia e também na Áustria, se comemora Santa Luzia como portadora de dons para as crianças.

Epílogo

             Santa Luzia lançou na história, com o seu martírio, o grito de amor em direção a Jesus.
             O seu coração ardia como um fogo de amor divino e foi esta força enorme, que fez com que ela superasse as angústias que vinham do seu lado humano. Santa Luzia soube aceitar para si o sacrifício e a dor, devido a grande fé em Jesus que ela tinha em sua alma.
Elevando os nossos olhos a Santa Luzia, somos inundados pela sua luz protetora e pelo aroma das suas virtudes, além de ficarmos paralisados diante ao seu sacrifício.
             Podemos pedir, através da sua potente intercessão, para reacender em nós a chama viva do Amor divino, fazer nascer as tênues plantinhas da virtude para reacender a esperança de sermos salvos. Também na dificuldade e nas necessidades podemos recorrer ao seu patrocínio, certos de sermos ajudados.

"Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade". Santa Luzia

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