segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Predestinação de Maria Santíssima

Escrito por Hélio Maria, Inútil Escravo de Maria Santíssima

         Para que o plano de Deus fosse realizado, Ele predestinou Maria Santíssima para colaborar no projeto da salvação humana. Se Adão e Eva foram causa de perda tanto para si como para todo o gênero humano, Maria é causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano como afirma Santo Irineu.

         Maria é predestinada, isto é, ela foi sonhada, preparada por Deus para ser o “Theotokos” (Mãe de Deus), por isso ela é a Ave cheia de graça, ela é aquela que encontrou graça diante de Deus para ser a Mãe de seu Filho. A Lumen Gentium no nº 53 aponta: “foi enriquecida com a sublime prerrogativa e dignidade de ser a Mãe de Deus”.

         Todos os méritos que Maria Santíssima recebe são por causa de seu Filho. Todos os dogmas Mariológicos são conseqüências dos dogmas Cristológicos. Pode-se dizer o que diz no livro do Eclesiástico capítulo 3 versículo 3: “Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos”. É neste sentido que a Santa Igreja honra a Santíssima Virgem por causa do Filho que ela gerou que é o Filho de Deus e é Deus.
         BIGOTTO (2011 p. 12) afirma:

A teologia mariana da Igreja é antes de tudo cristologia. É o olhar centrado em Jesus que obriga a falar de Maria, porque ela é a Mãe de Jesus, Cristo Salvador, Deus.

Não se poder falar do Filho sem falar da Mãe, pois eles estão profundamente ligados. Quando o anjo anuncia à Virgem Santa ele diz: “O Senhor é contigo” (cf. Lc 1, 28); em Mt 2, 11 vemos que quando os Reis Magos chegam ao local do nascimento de Jesus eles “encontraram o Menino com sua Mãe”.

         Nota-se então que Jesus e sua Mãe são inseparáveis e que estão profundamente unidos até mesmo na história da salvação. Na carta aos Efésios 1, 4 – 5 lê-se:

“Nele (Jesus Cristo) nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo”.

         Tem-se aqui uma predestinação. Se Deus escolheu todos os homens em Jesus Cristo antes até mesmo antes da criação do mundo para serem santos e seus filhos adotivos, será que Deus já não havia escolhido também aquela que seria a Mãe do seu Filho, Jesus Cristo? Santo Agostinho afirma: “Veio até à Virgem aquele que já existia antes dela. Ele escolheu aquela a quem criou. Criou aquela que haveria de escolher” (S. Agostinho, a virgem Maria, pg 75). “Elegestes uma virgem para dela nascer conforme a carne. Para ser concebido, buscaste uma virgem. Tendo nascido a conservaste virgem” (S. Agostinho, a Virgem Maria, pág. 82).

         A Virgem Maria foi escolhida por Deus Pai para ser a Mãe do seu Filho Unigênito. “Quando, porém, chegou à plenitude dos tempos, enviou Deus seu Filho, nascido de mulher” (cf. Gl 4, 4). Esta mulher é a Santíssima Virgem. Por ter sido ela escolhida por Deus, foi ela também enriquecida por Ele de maneira tão grande que o Anjo a chama de “cheia de graça”. É interessante notar que o anjo nem a chama pelo nome, ou seja, de Maria, mas sim de cheia de graça, é como se este fosse agora o seu novo nome.

         Foi Deus quem quis que o seu Filho viesse ao mundo por meio de Maria Santíssima como ensina a Santa Igreja no Catecismo da Igreja Católica (§ 488):

“Deus enviou seu Filho”, mas, para “formar-lhe um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré da Galiléia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria”.

         Deus esperou o consentimento de uma criatura para que o seu Filho viesse ao mundo.
Quis, porém, o Pai das misericórdias que a encarnação fosse precedida da aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que assim como uma mulher contribuiu para a morte, a mulher também contribuísse para a vida (LG nº 56).

         É neste sentido que a Igreja Católica reconhece a predestinação de Maria Santíssima para ser a Mãe do Salvador, Jesus Cristo. Deus que é Todo Poderoso, que não precisava dela, quis precisar para a encarnação do seu Filho. E para que Ele viesse ao mundo, Deus então predestinaria desde toda eternidade a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. A Lumen Gentium no nº 61 aponta:

Predestinada desde toda a eternidade junto com a Encarnação do Verbo divino, como Mãe de Deus, por desígnio da providência divina, a Bem-aventurada Virgem foi na terra a sublime Mãe do Redentor.

         Acima da sublime vocação de ser Mãe de Deus, está somente a dignidade de ser Deus que é reservado somente a Santíssima Trindade. É por este motivo que Maria Santíssima foi enriquecida de muitas graças visto que ela seria a Mãe do Salvador.

         “E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou, também os justificou, e aos que justificou, também os glorificou”   (Rm 8, 30). Foi isso o que Deus fez na vida de Maria Santíssima. Ele a predestinou para ser a Mãe de seu Filho, depois a justificou, isto é, a fez a Imaculada Conceição, e por fim a glorificou (Assunção ao Céu em Corpo de alma).

         Maria Santíssima é revestida destas graças em vista de Jesus Cristo, isto é, por causa de Jesus. É isso que ensina o Catecismo da Igreja Católica “Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função” (§ 490).

         Nesta predestinação a Virgem Maria foi preparada para colaborar com Deus na economia da Salvação. Por isso Maria Santíssima é o modelo acabado daquilo que serão os homens um dia no céu. Quando se olha para ela vê-se o que seria a humanidade sem o pecado original, quando Deus criou o homem num estado perfeito. Depois da queda o homem se afastou daquilo que deveria ser.

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